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Talks: Cenários da Economia 2023 – O que esperar?

Em dezembro de 2022, realizamos mais uma edição do Talks, o mais novo quadro de entrevistas do FBDE | Nexion Consulting. Com o início iminente de um novo ano, discutimos sobre “Cenários da Economia 2023 – O que esperar?” com uma grande representante desta área, Natalie Victal, economista-chefe da SulAmérica Investimentos.

Neste artigo, organizaremos as previsões e os apontamentos compartilhados pela nossa ilustre convidada, com o objetivo de torná-los de fácil acesso para consulta. Entretanto, recomendamos fortemente que também confiram o Talks na íntegra, em nosso canal do YouTube.

Sem mais delongas, vamos trazer alguns pontos-chave dessa conversa esclarecedora sobre o que nos espera neste ano que acaba de começar. Continue a leitura e confira alguns dos dados e indicadores que a economista Natalie Victal compartilhou conosco. 

Economia 2023: os desafios do cenário internacional

Mesmo em 2023, ainda iremos viver reflexos decorrentes de acontecimentos que impactaram o cenário mundial, como a pandemia e o conflito entre Rússia e Ucrânia.

Esse ciclo da economia deflagrado por eventos recentes tem se baseado em um movimento semelhante a um pêndulo, alternando o receio do mercado entre o contexto de inflação e o de recessão.

Quanto ao primeiro contexto, respectivamente, os países como um todo estão conseguindo desacelerar a inflação com sucesso, aumentando suas taxas de juros. 

Essa resposta à inflação veio primeiro de países emergentes, que já possuem um histórico com movimentações deste tipo. Enquanto isso, os países desenvolvidos começaram a subir os juros tardiamente, o que gerou um panorama heterogêneo dos efeitos da pandemia sobre a economia.

Além disso, a desaceleração inflacionária perpassa também pela desaceleração da atividade econômica, o que torna o segundo contexto, de recessão, cada vez mais iminente.

O que antes era uma discussão sobre “se” haveria uma recessão migrou para “quando” ela vai acontecer. 

Brasil: posicionamento e perspectiva

O Brasil fez parte do grupo de países emergentes que respondeu à aceleração inflacionária com maior agilidade. Por isso, as ações que hoje estão sendo tomadas por grandes economias, como a dos Estados Unidos, já foram implementadas por aqui.

Um exemplo importante dessa resposta foi o aumento da nossa taxa de juros que, assim como estamos observando nos EUA, precisou ser maior do que havia sido projetado. Enquanto o mercado previa que uma taxa terminal de 7% daria conta do recado, em dezembro, a taxa Selic se encontrava em 13,75%.

Nos Estados Unidos, a taxa terminal do Fed, que era prevista a 2%, pode vir a chegar a 5% segundo estimativas mais recentes.

Nesse sentido, o Brasil já entra em 2023 em meio a esse cenário desafiador com suas defesas bem estruturadas, apresentando uma posição externa melhor que demais emergentes. 

Diferente de outras crises, já estamos com um patamar de juros mais elevado e nossa inflação já atravessou o seu pico. Outra previsão relevante para o empresariado é que não estão previstas grandes alterações nas taxas de câmbio, nem no sentido positivo, nem no negativo.

Se por um lado essa não é uma notícia positiva em relação à valorização da nossa moeda, essa taxa de câmbio “bem comportada” é favorável para o planejamento de negócios ao longo de 2023.  

Qual é a perspectiva de crescimento para o Brasil?

Infelizmente, a economia brasileira deve apresentar um crescimento de caráter mais horizontal neste ano.

Manter a taxa Selic em um patamar mais elevado é a estratégia do Banco Central do Brasil para responder à ameaça inflacionária. Felizmente, os resultados têm sido positivos e a tendência de queda da inflação se mantém na economia em 2023.

Porém, como já foi dito, esse contexto de juros altos promove uma redução na atividade econômica, uma vez que desestimula o consumo, corroendo o lucro de empresas e o poder aquisitivo da população.

Fora isso, também há um outro fenômeno que irá afetar os nossos índices de crescimento e que está diretamente relacionado ao que nós vivemos nos últimos anos, com a tragédia da pandemia.

Esse fenômeno em questão foi o movimento de reabertura do setor de serviços entre 2021 e 2022, que impulsionou o PIB brasileiro por dois anos consecutivos.

Entretanto, é esperado que em 2023 isso não se repita, uma vez que esse movimento de reabertura terá se esgotado.

Por outro lado, podemos ver com mais otimismo o setor industrial e o da agropecuária. O primeiro deve apresentar bons números, impulsionado pela construção civil que ainda se beneficia da taxa Selic extraordinariamente baixa dos últimos anos, e o segundo se beneficia das projeções muito positivas de safra, que prometem compor boa parte do PIB geral.

Com isso, Victal conclui dizendo que a perspectiva de crescimento do PIB nacional é de apenas 0,3% em 2023.

Os principais indicadores para a economia 2023

Com tudo o que foi apresentado até aqui, ainda podemos dizer que a economia em 2023 ainda apresenta muitas incertezas

Afinal, após a pandemia, estamos mais acostumados a lidar com projeções que possuem um intervalo de confiança um pouco mais amplo que o normal.

Dito isso, traremos a seguir alguns dos principais indicadores da economia e quais as projeções da SulAmérica Investimentos que Victal compartilhou conosco.

Taxa de câmbio: um movimento de dólar forte

A taxa de câmbio é uma das mais complexas de serem previstas, entretanto, tudo indica que ela deve continuar estável.

No mundo, vemos um movimento de dólar forte mas que não deve resultar na desvalorização da nossa moeda devido aos juros altos e diversos outros fatores atrativos para investidores internacionais.

Nesse sentido, enquanto a média da taxa de câmbio em 2022 ficou por volta de 5,16 (R$/US$), em 2023 pode ficar em 5,29.

PIB – crescimento real

O PIB apresentou um crescimento extraordinário nos últimos anos, atingindo 4,6% de variação em 2021 e 2,5% em 2022.

O índice de 2023, como já foi dito, deverá ser de 0,3%.

Taxa Selic

Por sua vez, a taxa Selic de 13,75%, que já está próxima do maior número registrado na história, deve se manter durante a primeira metade de 2023. 

O corte desse valor deverá ser uma possibilidade para o Banco Central do Brasil apenas no segundo semestre, fechando 2023 em cerca de 12,25%, decaindo continuamente em 2024.

IPCA

Felizmente, com a desaceleração da inflação, a projeção é de que o IPCA chegue a 4,8% ao ano, representando uma queda dos valores de 2021 e 2022 – 10,1% e 5,7%, respectivamente.

Resultado Fiscal Primário

Por fim, a projeção do Resultado Fiscal Primário ainda está refém do encaminhamento de propostas de reforma tributária que estão em curso.

Com o que temos atualmente, há uma queda prevista de 1% do PIB para -1,5%, mesmo com o constante aumento das dívidas líquida e bruta do país.

Considerações finais

Em suma, quando o assunto são “cenários da economia 2023”, podemos dizer que, apesar de estarmos bem posicionados em um panorama internacional, ainda será um ano desafiador para a economia.

Entretanto, assim como Natalie Victal exemplificou em certo momento do Talks, “mar calmo não faz bom marinheiro”. Mesmo nas turbulências do cenário econômico, bons empresários conseguem fisgar oportunidades de ouro.

E, caso queira ficar sempre atento e de prontidão para tomar decisões empresariais conscientes, conte com a FBDE | Nexion Consulting. Estamos há mais de 45 anos ajudando empresas a crescer e impulsionar seus resultados a partir da melhoria de suas estruturas internas, trazendo estratégias inovadoras e capazes de fazer a diferença.

Entre em contato conosco e saiba mais sobre como podemos ajudar sua empresa a otimizar a sua área de Planejamento Finaceiro. 

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Até a próxima!

Pequisar

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