Caros leitores,
No final de todo ano, abre-se a temporada de retrospectivas pessoais. Nesse momento, estamos acostumados a fazer uma avaliação anual – quando não, da vida inteira.
Invariavelmente, somos impelidos a montar uma lista de resoluções: “vou parar de fumar”, “vou perder peso”, “vou aprender outro idioma”.
Esse mesmo fenômeno também acontece nas empresas.
A lista de resoluções de ano novo também não é lá muito original: aumentar a base de clientes, criar novas oportunidades de negócio, proporcionar um ambiente para profissionais estimulados, ser líder em seu segmento, etc.
Mas entra o ano, passa o Carnaval (quando o ano começa efetivamente no Brasil) e tudo continua do mesmo jeito, no mesmo lugar, fora algumas mudanças cosméticas que tendem a perder o esmalte em pouco tempo.
Por isso, eu lhe pergunto: como fazer mudanças realmente efetivas em uma empresa?
Acredito que não deva ser muito diferente do processo de mudanças efetivas na vida pessoal. Ambos exigem uma predisposição verdadeira, para desaprender o que se sabe, destruir todas as suas crenças e dar lugar a algo completamente novo.
Da mesma maneira como era feita a queima da cana-de-açúcar, onde toda a lavoura é consumida pelo fogo, até não sobrar nada e a terra descansar para se preparar para o próximo ciclo de plantio.
Isso me faz lembrar o economista Joseph Schumpeter e os conceitos da “Destruição Criativa”, uma das noções de administração mais corajosas e eficientes da 2ª metade do século XX.
Dentro desse conceito, uma das premissas básicas é que a empresa deve desenvolver a capacidade de “desaprender constantemente” e “praticar a descontinuidade de modelos” para ser capaz de implementar mudanças na velocidade da dinâmica do mercado.
Você e eu sabemos como é difícil dominar o nosso ego e ser generoso a fim de dar uma segunda chance para alguém recomeçar. Ficamos agarrados à nossa história e à visão que as pessoas têm de nós. Temos que desaprender nossos valores, desapegar-nos do nosso senso de importância e estar abertos às mudanças que a estrada da vida oferece.
O mesmo ocorre com as empresas. Quanto mais agarrada ao passado, menos espaço para assimilar as mudanças do mercado. Quanto mais presa aos modelos mentais, maiores as chances de seu futuro estar condenado aos limites dessa cela.
Assim, a destruição criativa é uma revolução interna, de dentro para fora – e o objetivo dela é aumentar a capacidade da empresa de assimilar as mudanças de fora para dentro. Para evoluir junto com a dinâmica do mercado.
Por fim, quando uma empresa abraça essa mudança com toda força, divide a sua história em A.C. (Antes do Compromisso) e D.C. (Depois do Compromisso) e escreve um novo capítulo. Um Novo Testamento, cuja herança é algo que nunca se consome ou perde o valor: a competitividade sempre crescente, lastreada pelo saudável hábito da mudança constante.
Renovar-se deve estar no topo de toda e qualquer lista de resoluções – das suas, das minhas e das empresas.
Até a próxima Carta do Mês!
Denis Mello
Diretor Presidente
FBDE|NEXION Consulting
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