Você já reparou o quanto a tecnologia tem avançado em diversas áreas do conhecimento humano?
Os avanços estão presentes em tudo que nos rodeia e fazem parte do nosso dia a dia. Como contraponto a esta revolução, tenho observado a deterioração de alguns setores ligados à prestação de serviços pessoais.
Percebo que, especialmente entre o Natal e o Carnaval, a situação se complica ainda mais. Já passei por algumas experiências que me fizeram refletir sobre esse comportamento apático de alguns profissionais. Divido com vocês algumas delas na certeza de que tenham outras tantas para acrescentar.
Era dezembro e diante da necessidade de aperfeiçoar o sistema de segurança da minha casa, chamei uma empresa especializada que, por telefone, me encantou com o atendimento, explorando todas as minhas necessidades e demonstrando domínio na prática dos serviços.
Detalhe: até hoje a visita agendada não ocorreu. Antes do Natal, fiz uma reclamação a um provedor de internet que, após semanas de silêncio, justificou o atraso da resposta por não ter localizado o meu protocolo interno de reclamação.
No mês de janeiro, na concessionária de veículos, tive mais um exemplo. Para ter meu carro consertado, precisei concordar com o prazo de 30 dias para importação da peça. Passados 60 dias sem possibilidade de uso do veículo, a concessionária informa que não há previsão de chegada da peça nem de entrega do meu carro.
Como fica? Também fiquei intrigado quando um eletricista do condomínio onde moro faltou ao serviço por causa da greve de ônibus. Por coincidência, nesse mesmo dia de manhã, encontrei o irmão dele, que mora na mesma casa, trabalhando na loja em frente.
Estou certo de que se perguntarmos a estes profissionais como andam as coisas, a resposta será sempre a mesma: que está tudo parado, que os negócios estão fracos, que a situação está difícil e que ninguém tem dinheiro para nada.
Por que será que no período de 90 dias que antecede o carnaval se manifesta um comportamento coletivo de aceitação passiva de que as coisas só acontecem depois da quarta-feira de cinzas?
Divido com você minha preocupação em relação a esta cultura de desperdício que se formou ao longo dos anos. Podemos nos dar ao luxo de abrir mão de três meses de trabalho, ou 25% de um ano?
Pense nisso e até a carta do próximo mês!
Denis Mello
Diretor-presidente