Ultimamente, as empresas buscam profissionais que oferecem eficiência, visão de negócio, serenidade e excelência em estratégia e liderança. É uma questão de sobrevivência.
De acordo com várias pesquisas, os CEOs procuram executivos que combinem excelência técnica com conhecimento do negócio, buscam experiência em desenvolvimento de pessoas e priorizam profissionais capazes de antecipar e administrar riscos, perfis profissionais que não deixam dúvidas quanto ao retorno, ainda que incipiente, da valorização do “cabeça branca”, em contraponto ao exclusivismo e culto do “poder jovem”, do “executivo atleta” e da “geração Y”.
Esse resgate remete-me a uma frase do século XVIII, do escritor norte-americano James Lowell: “Um espinho de experiência vale toda a selva de avisos”. Ela sintetiza o valor da colaboração dos profissionais maduros, que voltam a receber atenção das corporações que precisam de estrategistas competentes para sobreviver e crescer nas transições.
Acredito que após a crise mundial em 2009, paulatinamente, volta à cena a importância da experiência, que se contrapõe à “linha estética de produção”, na qual a idade cronológica, a partir dos 40, é sinônimo de práticas retrógradas, a pessoa considerada feia é sinônimo de incompetência, a baixa estatura é sinônimo de ausência de liderança e o peso é sinônimo de lentidão.
Há vários alertas a serem percebidos e oportunidades para repensar conceitos e alterar posturas internas. A questão da dispensa indiscriminada da maturidade dos cargos estratégicos faz parte desse aprendizado.
O culto exagerado da juventude levou a uma redução irracional do ciclo de vida dos executivos. Entre as perdas, está a ausência da transmissão de conhecimento, processo baseado nas características das diferentes faixas etárias dos indivíduos, que, claramente, nos mostram que na maturidade compreendemos e na juventude aprendemos.
Agora, cabe às corporações avaliarem os efeitos negativos da aceleração da senilidade da carreira executiva, prática injusta que segrega e exclui profissionais cuja jovialidade de ideias e posturas superam em importância a idade cronológica. Ao mesmo tempo, cria-se ansiedade descontrolada nos jovens, que se dedicam a construir as carreiras às pressas, a qualquer custo, pois as oportunidades serão drasticamente reduzidas quando chegarem aos 35 anos.
Aí está a grande armadilha para as empresas. Perde-se experiência e novas energias que deveriam estar focadas no que realmente interessa: a sustentabilidade dos negócios. Então, por que não unir as duas forças para ganhar em competência? Por que não aproveitar os diferentes perfis pessoais e profissionais (maturidade e juventude) para montar um time e vencer?
Até a próxima Carta do Mês!
Denis Mello
Diretor-presidente