FBDE Consultoria Empresarial

Mudando o modelo mental

Caro leitor,

 

Carta do Mês - Mudando o modelo mental

Você já percebeu como o Brasil é um dos poucos países do mundo que possuem alto know-how em crises?

Somos empresários e executivos sobreviventes de anos de turbulências econômicas e incertezas política. Ou melhor, somos mais do que sobreviventes: nós transformamos as crises em novos caminhos e optamos pelo lado positivo.

Particularmente, acredito que a crise assume maior dimensão quando começamos, nós mesmos, a desmoronar. A partir do momento em que deixamos de ser receptores de notícias ruins e nos tornamos transmissores, caro leitor, este processo se torna endêmico e irrefreável.

É o que ocorre quando nos deparamos com atitudes reducionistas, que priorizam a higienização indiscriminada de custos e investimentos. Quando passamos a agir emocionalmente, de forma imediatista e pouco racional. E, principalmente, quando deixamos de lado a verdade histórica de que é justamente nos momentos difíceis que muitas empresas “criam musculatura” e ganham força.

Essas atitudes refletem um estado de pânico, gerado pela “tragédia anunciada”, que inibe o processo de inteligência das empresas e aponta a imaturidade de lideranças para enfrentar situações adversas.

As pessoas passam a agir por impulso, cancelando ou postergando projetos factíveis de acordo com o “humor” da bolsa ou da oscilação do dólar. E então, meu caro, o planejamento formal da empresa acaba sendo engavetado. Assim, a crise assume a paternidade do imobilismo, do afrouxamento, das justificativas do que não foi alcançado e de todas as curvas descendentes dos gráficos de resultados.

Da mesma forma que as atuais adversidades estão gerando uma nova ordem econômica mundial, acredito que o universo empresarial será reinventado. E, certamente, vencerão aqueles que mostrarem a melhor prática de gestão em momentos de turbulência e que, além de saberem como dimensionar crises, aproveitem lições e oportunidades deixadas de lado por líderes menos preparados.

Portanto, leitor, o caminho está em descontaminar salas e corredores e isolar os “amplificadores da crise”. Então, prestigie quem traz soluções; invista em áreas capazes de gerar negócios; e, principalmente, identifique concorrentes retraídos e emocionalmente envolvidos e ocupe os espaços deixados por eles.

Estamos às vésperas de um novo ano, um ótimo momento para relembrarmos o sábio ensinamento de Horácio: “A adversidade desperta em nós capacidades que, em circunstâncias favoráveis, teriam ficado adormecidas”.

 

Até a próxima Carta do Mês.

 

Denis Mello

Diretor Presidente

FBDE|NEXION Consulting