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Ideias que impulsionam o crescimento

Caro leitor,

Aconteceu nos Estados Unidos, nas primeiras décadas do século XX, antes da Grande Depressão.

Ideias que impulsionam o crescimento

Uma das maiores indústrias de aço do mundo estava com problemas de produtividade e recorreu a uma consultoria (que nem tinha esse nome naquela época). O consultor chegou cedo a uma das unidades fabris e passou o dia lá, conhecendo todo o sistema de produção, conversando com a equipe e fazendo anotações. Ao fim do dia, preparou-se para deixar o local e continuar a análise em casa. No momento em que estava saindo, percebeu que o pessoal do turno do dia, que também estava indo embora, recebeu entusiasticamente o grupo do turno da noite.

 

As duas equipes se provocavam amistosamente, comentando sobre os resultados do jogo de beisebol e brincando com os torcedores do time adversário. Aquelas duas equipes eram amigas. E rivais. O consultor sorriu, perguntou a um supervisor que passava quantas peças pesadas tinham sido feitas naquele dia e fez uma última anotação no bloco.

No dia seguinte, ele veio muito mais cedo, antes da troca de turnos. Procurou um supervisor a fim de saber qual tinha sido a produção de peças pesadas naquela noite e esperou a troca do turno. Quando o pessoal da noite se encontrou com o do dia que chegava e ambos começaram a trocar as costumeiras provocações amistosas, o consultor aproveitou esses minutos de descontração e se dirigiu rapidamente ao corredor que levava à linha de produção.

Assim que feito, tirou um giz branco do bolso e escreveu o número 6 bem grande no chão. E se retirou sem ser visto. É bem fácil adivinhar o final da história. Ao chegar à linha de produção e ver o algarismo estampado no chão, o turno do dia entendeu que aquele número representava a produção do turno da noite e interpretou como um desafio amistoso. No fim do dia, conforme o turno da noite chegou à linha de produção, viu estampado no chão o número 7. E, da mesma maneira, interpretou como um desafio. 

Em algumas semanas, a produção cresceu cerca de 40%. Sem nenhuma contratação extra, nem investimento em máquinas. Bastou apenas um pedaço de giz. Sempre me lembro dessa história quando me encontro em reuniões cheias de planilhas, cálculos, metas, discursos milimetricamente medidos, pesquisas detalhadas, palavras cuidadosamente pensadas e, desafortunadamente, nenhuma ideia inovadora, intrigante, desafiadora.

Instalou-se ali um processo de blindagem da confraria, em que a racionalidade dos fatos isentou o grupo de eventuais insucessos futuros. E, infelizmente, esse processo é cada vez mais frequente, já que muitas empresas, sem perceberem, estão em forte processo de estagnação, caminhando a passos largos para a absorção do conceito das grandes repartições públicas, onde a grande meta individual é a estabilidade no emprego. É por isso que, ao invés de planos consistentes de negócios, o que mais tenho visto nessas reuniões são discussões demoradas sobre dados históricos, assuntos requentados ou linearmente óbvios e quase nenhum tempo dedicado à discussão de ideias inovadoras e ações para potencializar o crescimento da empresa.

Boas ideias se perdem todos os dias na empresa porque os colaboradores não se dão conta de que vale a pena apresentá-las, pois eles não são estimulados a terem ideias, nem a serem reconhecidos por isso. E assim perdem-se oportunidades que nascem despretensiosamente no intervalo do cafezinho no meio da tarde, no almoço com os colegas ou fora da pressão do trabalho.

Precisamos deslocar essas ideias para dentro das salas de reuniões e da presidência, além de estimular o ato individual de trazer e apresentar novas ideias. Sem filtros, sem intermediários, sem censores.

 

Pense nisso e até a próxima Carta do Mês!

Denis Mello

Diretor Presidente
FBDE|NEXION Consulting
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