FBDE Consultoria Empresarial

Procrastinação, a armadilha das empresas

Caro leitor,

Empresário reflexivo conforme observa as consequências da procrastinação em sua empresa

Há dias, fui convidado por um CEO que enfrentava importantes desafios e turbulências  na empresa que liderava. Ele estava ciente dos problemas que a organização enfrentava e reconhecia a necessidade de assistência externa para resolvê-los. Assim, realizamos um diagnóstico aprofundado, identificando as questões que exigiam atenção imediata.

Apresentamos uma proposta técnica consistente que delineou as etapas necessárias para superar essas adversidades. O diretor concordou com cada ponto destacado, reconhecendo a urgência dessas mudanças.

Marcamos uma segunda reunião, na qual avançamos ainda mais, refinando a abordagem. Porém, como já havia feito anteriormente, ele decidiu adiar novamente a implementação das soluções propostas. Só que, dessa vez, por um período mais extenso. O resultado você já deve imaginar…

Quando finalmente retornamos após esse período, os problemas haviam se agravado consideravelmente, com perda de grandes clientes,queda do faturamento e colaboradores desmotivados. Apesar da situação preocupante, a tomada de decisão foi postergada novamente. Esse ciclo continuou se repetindo, com agravamentos crescentes a cada retorno.

Você deve estar se perguntando “por que o diretor deixou que isso acontecesse, mesmo ciente dos malefícios que essa decisão – ou a falta dela – poderia acarretar?”. A resposta está na procrastinação, um hábito cada vez mais inerente ao ser humano.

A procrastinação está presente em diversos aspectos de nossas vidas. E não é preciso ir tão longe para citar um exemplo: sabemos da importância de ingerir mais de 2 litros de água por dia, embora nem sempre cumprimos tal recomendação. O mesmo acontece com as organizações, só que em uma escala mais abrangente.

A procrastinação é, em certo sentido, uma fuga de decisões que exigem atenção, conhecimento aprofundado ou reflexão. Dessa maneira, uma cultura de postergação contamina empresas de todos os níveis, do topo à base. E as consequências disso são inúmeras: cada vez mais, decisões rápidas e superficiais prevalecem sobre aquelas que exigem análise aprofundada.

E como combater essa tendência que afeta tanto indivíduos quanto empresas? É um dilema que requer não apenas autoconhecimento (estando ligado a sentimentos de estresse, medo e ansiedade), mas a disposição de mudar uma cultura enraizada na postergação de decisões. Cultura essa que se tornou mais complexa com o avanço das tecnologias e o excesso de informações.

Essa não é uma tarefa fácil, mas trago, aqui, um ponto de partida para as organizações: planejem menos e executem mais. Afinal, o excesso de  planejamento nada mais é do que uma forma de procrastinação, resultando em planos excelentes que raramente saem do papel.

E você, está disposto a fazer isso?

Denis Mello

Diretor Presidente
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